28 de abr. de 2010

Minha Alma



Sempre me pergunto se minha alma me ouve!


Vivemos tão absortos com o corpo e esquecemos-nos dela. Será que ela, a nossa alma, nos ouve?

Esse não é um assunto espiritual. É um assunto necessário. Concreto. Real.

Confundo pensamento com alma. Não é.

Minha alma não pode concordar com tantos absurdos que povoam meus pensamentos. Nem meus pensamentos podem traduzir o que de fato seja minha "alma".

De certo mesmo é só esta dúvida: minha alma sabe de minha existência. Minha existência é minha alma?

Dizem que nossa consciência é nosso anjo da guarda. Será então nossa consciência nossa alma?

Fiz todo este rodeio sem fim para assumir que ao longo dos anos me controlei na fala, na escrita, nos gritos, nos sussurros, nos risos e nas lágrimas por ter vergonha da alma.

E agora, justamente agora nesta fase da minha vida ela tem sido minha aliada. Cúmplice mesmo. Parceirona. Guerreira de fé. Somos imbatíveis. Eu e ela.

Ainda não tenho certeza se ela me ouve. Mas sei que ela me sente. Orgulha-se do que sou. Do que quero ainda ser. Eu sou daquelas pessoas que vivem de alma lavada... Alma "limpa"... Simplesmente porque entre nós duas não há mistérios...

Apenas este: ela me ouve?

Às vezes, sinto-a me "cutucar" ... Empurrar-me para a direção oposta do que pretendo.

Normalmente aceito este "empurrão".

Em momentos felizes a minha alma se resguarda e deixa o corpo festejar.

Já em momentos tristes ela me protege, me ampara e me fornece subsídios que determinam minha capacidade de levantar. Minha capacidade de recomeçar.

Um dia conto aqui porque esta dúvida cruel me assola. Minha alma me ouve?

Verdade seja dita, o fato dela me ouvir ou não, não muda nossa relação de amor.

Nossa união. Minha alma é tão especial...

Para alguns este texto pode parecer confuso. Não é. É simples, afinal é de corpo e alma juntos.
25 de abr. de 2010

Mulher, Linda, Jovem e .... Avó!


Uma de minhas características mais marcantes é a franqueza.

Sempre acho que verdade clara sem rodeios é mais preciosa.

Dia desses uma conhecida que não sabia da existência de minha neta me disse com cara de espanto: Tu? Avó?

Eu: Sim.     Eu.     Avó.

Ela: Mas como?

Não quis ser indelicada explicando como nascem os bebês... apenas lhe respondi que aconteceu e que estavámos TODOS muito felizes com a vinda de Antônia.

Ela não se conteve e continuou: mas nem cara de mãe tu tem... como pode ser vó?

Aí me irritei e respondi: Prá ti ver... coisas que só podem acontecer comigo... definitivamente sou uma pessoa ESPECIAL.

E tem sido assim desde que minha neta nasceu...

Me olham com Antônia e lá vem a velha e fatídica  pergunta: Só tem ela? [como se ela fosse minha filha].

Eu [já com a resposta ensaiada] respondo: de neta SIM!!!

Novamente mais cara de espanto.

É estranho isso para mim.
Sou mulher.
Sou mãe.
Sou esposa.
Sou Jovem sim.
Linda Sim [me acho pelo menos!].

Mas o meu melhor papel tem sido o de avó.

Espero que agora com este desabafo parem de me olhar com cara de quem viram um extra terrestre !!!
24 de abr. de 2010

Toninha e a Polentinha Frita!!!

 

Eu adoro polentinha frita...

Pena que ela esfarela...


Mas os farelinhos são ainda mais deliciosos...

Hummmmmmmmmmmm...

Alguém viu? Não? 


                            Ufa!!!
                            Ainda bem...
                   Manda mais uma aí ....                                  

18 de abr. de 2010

Odeio Surpresas...


Eu definitivamente não gosto de surpresas.


Nunca gostei.

Quando criança detestava a espera pela fatídica noite feliz. Somente nela podíamos finalmente saber o que o bom velhinho havia nos proporcionado como recompensa pelo bom comportamento. Nunca estava a altura das minhas expectativas. Nunca. Ou a boneca era loira e queria morena. Ou chorava e eu queria que risse. Ou tinha cachos e eu, por motivos óbvios, preferia cabelos lisos.

Não! Por favor, peço que não me considerem uma eterna insatisfeita.

Tudo seria diferente se não houvesse um ingrediente: a surpresa. Sou mais receptiva se participo das decisões.

Um dia, na vida adulta, atendi o interfone de meu apartamento. Uma voz meio apavorante disse-me:

- Tenho uma encomenda para senhora de seu marido!

Autorizei a "voz" a subir.



Antes de continuar preciso fazer algumas considerações sobre o prédio que morava. Eram apenas dois andares. Quatro apartamentos por andar. Sem elevador. Minha vizinha da frente era a mãe de uma deputada famosa. Vale ressaltar que era a mais votada da história. Esta senhora recebia sempre visitas dos filhos, inclusive da filha ilustre. Que deixava lá aos cuidados da avó, seus rebentos.



Pois bem. Voltemos a minha história.

Como disse recebia uma encomenda. Uma "surpresa" como podem ter percebido.

Abri a porta e enquanto abria as grades podia ver subindo pelas escadas o mais lindo, o maior, o mais colorido, o mais iluminado arranjo de flores que já vi na vida. Com celofane rosa e tudo mais. Fazia uma barulho assim flap flap flap...

Minhas mãos tremulas abriam rapidamente a última das três fechaduras daquela grade. . .

Era tão grande o buque que eu não enxergava absolutamente nada atrás, nem o entregador que se equilibrava todo.

Sorridente com tamanha ousadia já me preparava para a esperada cara de surpresa...
Quando para minha decepção o entregador faz a curva e se dirige ao apartamento da vizinha da frente.

A tal velha que falei, mãe da deputada.

Atrás dele outro entregador. Da Liquigás. Que com um palito entre os dentes [juro!] disse: me:

- Dona Lizandra, me pediram para deixar um "botijão" aqui. Já tá "acertado".

Fiquei muda! Meio que tremendo. Gaguejando. De ódio. De raiva. De tristeza.

Mas aceitei. Afinal precisava mesmo de gás e meu marido sempre soube que não gostava de surpresas...

Depois deste dia passei definitivamente a odiá-las.

Na minha vida tudo tem explicação.
14 de abr. de 2010

De volta a terapia!

Hoje reencontrei meu terapeuta.
Um cara legal!
Estava precisando desabafar meus medos e minhas angústias com alguém que por 60 minutos me ouve sem questionar [ÀS VEZES!].
Na vida real é difícil encontrar alguém que te ouça por 5 minutos. Que dirá por uma hora.
Tá certo. Pagamos por este "serviço". De qualquer forma pagamos na vida real também.
É um bom dia que damos sem vontade só para não ter que dar explicações.
É um sorriso quando o que queríamos era chorar.
É um  aperto de mão em quem não nos conhece com a simples alegação de que é importante fazer "contato".
É o blá blá blá do dia a dia que acaba com o mundo mas que é necessário para que ela [a vida] continue existindo.
Tudo "pagamos" de certa forma.
Fico triste quando faço planos que não consigo concluir.
Fico feliz quando me entendem e querem me fazer bem como me disseram dia desses.
Hoje na terapia falamos disso. Desta minha necessidade incontrolável de me fazer entender.
Muito cedo para concluir qualquer coisa.
Sai de lá com a deliciosa sensação de que eu sou mais eu [o cara é bom na terapia!].
Sabe aquela  sensação de força interior, de abrigo, de explosão interna?
Pois bem... foi o que senti.
Não sei o que é certo ou errado. Nem preciso. O mundo se encarrega de separar. Infelizmente.
Então não preciso me preocupar se o que faço, sinto ou penso é "certo" ou é "errado".
Esse tempo que sobra por não me preocupar vou tratar de viver... e bem!
Eu e minhas meninas somos fortalezas.
Então não preciso me sentir sozinha nem  ilhada em mim mesma. Elas me protegem. Me fortalessem.
Então não me venham com problemas insolúveis. Ou com histórias desajeitadas.
Estou na vida para ser feliz.
E agora com a força redobrada!
13 de abr. de 2010

Sem Tempo... Sem Palavras...

Às vezes tenho saudade do que não vivi...
Hoje acordei meio "shuif!" como costumo dizer.
De toda forma acordei para vencer.
SEMPRE.

Li um texto certa feita do Mario de Andrade... busquei agora na internet [amo INTERNET!] ...

Ei-lo para meu deleite pois hoje estou sem palavras... mas o texto é meu recado.

[Um mero registro apenas: meu sobrenome também é ANDRADE!!]


(Autoria de Mário de Andrade – Escritor poeta modernista do Brasil, 1893 -1945)



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo
para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.


Tenho muito mais passado do que futuro.


Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.


As primeiras, ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.


Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.


Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.


Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.


Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.


Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.


Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram
pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.


As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...


Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana,
que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...


Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!
9 de abr. de 2010

Vida Vidinha

Eu não tenho vergonha de assumir aqui publicamente, que tenho medo da vida.
Meu único medo, na verdade.
Mas não de "todas" as vidas. Uma especificamente me causa pânico.
A vida medíocre. A vida puritana. A vida "vidinha".
Essa me assusta.
Não que não tenha "vivido" ela também ou que não viva.
Todos os mortais que conheço já passaram por este terrível mal. A vida "vidinha".
Devo descrevê-la com mais detalhes porque nem todos a reconhecem de pronto.
Esta é uma das características da vida "vidinha". Ela se disfarça de "ideal".
O que deixa os mortais muito tranquilos e acostumados e diria, escravizados à ela.
A vida "vidinha" é cheia de encantos.
Neste tipo de vida o esmalte nunca lasca. O salto nunca quebra. A roupa nunca amassa.
Escovas de dente postas lado a lado simétricas como a vida deve ser.
A vida "vidinha" emociona, causa lágrimas. Diria até que causa dor por ser assim tão perfeitinha inha inha.

Vida que termina com “inha” me causa enjôo.


Na vida "vidinha" as brigas sempre, eu disse "sempre", tem motivos para iniciar e para acabar.


As esposas sorridentes dos portões para fora, continuam a sorrir dos portões para dentro.
Os maridos da vida "vidinha" são trabalhadores honestos. Nem tão fortes. Nem tão másculos. Nem tão inteligentes. Muito menos sensuais.
Mas são "maridos" o que na vida "vidinha" faz toda a diferença já que a mulher desta vida "vidinha" não é "direita" sem um exemplar destes.

Os filhos da vida "vidinha" são mais do que perfeitos. São perfeitinhos inhos inhos. Não tem problemas na escola. Não chegam tarde em casa. Ligam sempre para os pais. Tratam bem os velhinhos, as crianças e os animais.


Há flores sempre "floridas" no jardim da vida "vidinha". E as árvores... bem, estas são sempre “verde lápis de cor”.
As ruas são limpas. As calçadas iluminadas. O Sol mais Sol do que nunca.
Não há na vida "vidinha" SPC, SERASA ou qualquer outra instituição que "exclua" do mundo.
A vida "vidinha" tem gosto de doce feito em casa. Sem conservantes.
Acho que falei demais dela.
É só desta daí que tenho medo. As outras vidas eu tiro de letra. Enfrento e prefiro.

Mas a vida "vidinha" ... Essa é difícil de encarar.

 



8 de abr. de 2010

Eu sei, mas não devia


O texto abaixo foi escrito em 1972. Eu era um bebê. Mas quando li há poucos dias podia sentir o "cheiro" da atualidade em seus sentimentos.
Este texto eu "herdei".
Uma pessoa querida de minha família  faleceu e eu resolvi ficar com parte de seus livros. Amo a leitura e pensei que poderia "guardar" os exemplares comigo.
Dentre eles, este, que deu nome ao livro "Eu sei, mas não devia" de Marina Colasanti.
Lendo estes livros acabei por conhecer um pouco mais desta pessoa.
E em especial este texto, onde a página estava marcada, mostra o quanto podíamos ter sido companheiras. Esta pessoa querida se foi. Uma mulher sensível. Complexa. Inquieta. Esta foi a mulher que se apresentou a mim através de seus livros.
E de todos que herdaram parte de sua vida, eu talvez tenha sido a pessoa que lhe era menos próxima mas que ficou com o que lhe era muito precioso: parte da fonte de seu o conhecimento.

Eis minha homenagem silenciosa.

Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

5 de abr. de 2010

Amigos de Verdade...


Procurei a pouco uma carta das muitas que escrevi para minha neta logo que ela nasceu. Imaginei ser o momento certo de divulgá-la. Não é. Porém me sinto tentada a escrever sobre ela, sobre suas conquistas, sobre suas façanhas, sobre suas descobertas. Antônia tem um ano e nove meses. Mas a sensação diária é de que eu e ela nascemos juntas. Há muitos anos atrás. Ou ainda agorinha. Tamanha é nossa ligação.


Ela agora resolveu nos presentear com o hábito da "leitura". É verdade que ainda não conhece as letras, mas "manuseia" livros, jornais, revistas com autoridade e desenvoltura dos grandes sábios. Se por acaso estiver de cabeça para baixo seja texto ou ilustração, ela trata logo de corrigir. E fica ali... Minutos... O que no tempo dos bebês significam horas. Às vezes nos chama com a mãozinha e mostra algo que tenha lhe agradado. Um desenho, um rosto ou... Uma frase!

Dia desses ela "lia" um livro desses com fotos de animais chamado Amigos de Verdade... Eis que estava eu observando aquela cena com tamanho encanto que quase chorei... Ia chorar quando ela me chamou e mostrou um cachorro e um gato, juntinhos, deitados um sobre o outro e embaixo a frase "O ideal é ter amigos de quem nos tornamos mais próximos à medida que ficamos mais velhos".

Óbvio que ela não sabia o que estava escrito. Nem precisava. Antônia e eu sabemos por motivos alheios ao conhecimento terreno o que uma deve dizer ou mostrar à outra. Eu então olhei. Sorri, e dei-lhe mais um dos milhares de beijinhos que dou por dia! Ela riu. Mostrou a língua. Balbuciou um "bobó" e seguiu sua leitura.

Ninguém explica certas coisas prá gente nesta vida. Ninguém nos mostra caminhos.

Mas inexplicavelmente tudo sempre acontece. Tudo sempre se renova.

Antônia, minha neta, é tão especial e tão terna que às vezes custo a acreditar que ela tenha nos escolhido.

Ela é um destes seres que mudam o mundo.

Antônia ainda tem muitas conquistas pela frente.

Mas de certo mesmo é o que ela já conquistou: A VIDA e a mim!

Nós aqui de casa apenas a assistimos todos boquiabertos.

E eu que sou a mais fervorosa fã desta guerreira depois da mãe, minha filha, lhes digo: ela é sem dúvida a minha amiga mais próxima na qual eu quero envelhecer ao lado como a frase que ela sugestivamente me mostrou.
1 de abr. de 2010

PÁSCOA

Pensei seriamente se escreveria antes de segunda-feira. Isso mesmo.

A segunda-feira pós Páscoa.

Mas entendi que não devo me podar.

E gosto de escrever. Me faz bem. Alimenta-me.

Alguns devem estar curiosos pq datei como limitador a segunda pós Páscoa.

Não vem ao caso ou leia até o final.

Falo costumeiramente sobre minha infância por aqui. E desta vez não será diferente.

Na verdade é inevitável.

É uma fase mágica. Que estou de certa forma revivendo pela terceira vez.

Primeiro a minha própria infância. Depois a de minha filha e agora com minha neta.

Na minha infância os ninhos tinham mais enfeites do que chocolate. Canudos de amendoim com açúcar. Ovos pintados.



Mas hoje tudo mudou.Criança adora o brilho que emana do ninho. Cada vez mais brilhante. Cada vez maior. Cada vez mais caro!

Minha neta, por exemplo, gosta das embalagens, mas depois que elas são postas de lado o que interessa é o doce encantamento do chocolate.

É mulher minha neta.

E nós mulheres temos duas paixões apenas na vida: uma secreta (não posso publicar em nome do corporativismo) e a outra é o chocolate!




Sexta-feira Santa.

Sábado de Aleluia.

Domingo de Páscoa.

E segunda... De pecado.

Sim “P E C A D O"!

Passamos três dias de feriado.

Três dias de puro simbolismo.

Ovos de todos os tipos. Coloridos. Que representam a vida. Dizem que alguns povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte.

Chá de Macela (há a tradição de colheita da macela na Sexta-Feira Santa).

Tem ainda o "coelho" que representa a fecundidade e por aí vai.



Nos novos tempos o que importa mesmo é que é feriado.

Que tem chocolate de todos os tipos.

E que agora, nesta fase do mundo, ainda é calor (dá praia!).

E aí então vem a segunda-feira.

Muita gente chega atrasada no trabalho. Outros nem vão.

Muita gente apaga o dia Internacional da Dieta e cai de boca no ninho. Inteirinho.

Há pessoas que simplesmente recomeçam.

Para as crianças é difícil entender. Que podem comer um ovinho de cada vez.

Que precisam dividi-los com os coleguinhas.

Que os pais precisam voltar ao trabalho blá blá blá.



Páscoa tem muitos simbolismos. Mas hoje o que me resta é aguardar a segunda-feira.



  
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